setembro 12, 2007

Plásticos são para sempre!



EU NÃO SOU UMA SACOLA PLÁSTICA
EU NÃO QUERO ENGOLIR MAIS PLÁSTICO
SACOLAS PLÁSTICAS? DIGA NÃO!





Inconformados e assustados com os novos rumos e "tendências de mercado" de um comportamento sustentável, a PLASTIVIDA e seus parceiros tentam organizar uma espécie de "contra ataque" na Guerra das Sacolas Plásticas. Isso porque já existe felizmente no Brasil uma simpatia ao uso das sacolas retornáveis e os meios de comunição vem abordando esse tema cada vez mais claramente, mostrando os malefícios causados pela degradação do plástico, no meio ambiente.

Tendo recebido o email que transcrevo abaixo, originalmente enviado pela PLASTIVIDA aos seus “parceiros” e “associados”, todos fabricantes de plástico e todos comprometidos com a manutenção dessa matéria prima que tem permanecido no Meio Ambiente de forma intocada ao longo de dezenas de anos, me sinto na obrigação moral de publicar um post sobre as verdades sobre o plástico a fim de tentar esclarecer aos leitores e à Sociedade em geral sobre os malefícios causados pelos polímeros em nosso planeta. Cabe ao Homem moderno pensar, detentor de todas as informações sobre Meio Ambiente e a Degradação Acelerada do Planeta e ESCOLHER sobre o que usar, como usar e quando usar. Chegamos a um momento crítico em que não é mais possível continuar agindo como “cordeirinhos” ou “massa de manobra” diante dos grandes empresários, políticos e toda sorte de gananciosos “fabricantes da morte”, verdadeiros algozes dos oceanos, do solo e do ar.
Tal assunto é tão sério e há tantas “respostas” para a Plastivida que decidi dedicar o resto da semana aos parágrafos desse email, não só como forma de esclarecer à Sociedade, como também para deixar claro à Indústria Petroquímica que nem todos vão mais “engolir” o plástico como desejam os seus fabricantes.

Transcrevo partes do teor completo do email, como abaixo, em destaque:

“Comunicado interno à indústria petroquímica e de transformação do plástico sobre as sacolas plásticas

Prezado(a)s Sr(a)s,
Desde o início deste mês, firmamos Convênio entre a Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos e o INP - Instituto Nacional do Plástico para divulgar o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas.

Nossos objetivos são oferecer à sociedade sacolas plásticas de qualidade comprovada e também orientar a população a utilizá-las de forma responsável.“

Os objetivos da PLASTIVIDA são, claramente, continuar vendendo o produto plástico ainda que à custa da degradação ambiental.

NÃO É PRECISO COMPROVAR A QUALIDADE DO PLÁSTICO

Isso já foi comprovado, desde sua invenção. A “qualidade comprovada” dos plásticos já é historicamente conhecida pela sociedade e, graças à durabilidade do plástico, enfrentamos grave problema ambiental devido à natureza duradoura do resíduo descartado na Natureza.

Mais um trecho do email da Plastivida:


“Como forma de resolver antigos problemas de qualidade na produção das sacolas, o setor desenvolveu em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis – ABIEF, um programa de auto-regulamentação (Norma Técnica NBR 14937), a exemplo de outros processos bem sucedidos, como as normas para tubos de PVC e de copos descartáveis.”

O PVC não é biodegradável, não é reciclável, contém muitos aditivos tóxicos e é um perigo sério para seus usuários. A única solução para os problemas causados pelo PVC é parar de produzi-lo, o que é possível já que existem alternativas para todos os usos do PVC.

Brinquedos de PVC contém grande quantidades de produtos tóxicos (10 – 40% do peso final do produto). Essas substâncias são danosas ao meio ambiente. São conhecidas por serem liberadas dos brinquedos, especialmente quando uma criança pequena está levando a boca os materiais de PVC.

Segundo o site da própria PLASTIVIDA

“Plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas polímeros que, por sua vez, são formadas por moléculas menores denominadas monômeros.
Os plásticos são produzidos através de um processo químico conhecido como polimerização, a união química de monômeros que forma polímeros.”


Uma História de terror, nos oceanos ...
Curtis Ebbesmeyer, conhecido mundialmente pela sua especialidade em despojos de naufrágios, se referem a essa área do oceano como o grande Remendo de Lixo do Pacífico. O problema é que não se trata de um remendo, tem o tamanho de um continente, e está sendo entulhado por lixo plástico flutuante. Minhas pesquisas tem documentado 6 libras de plástico para cada libra de plâncton nesta área.


Charles Moore, relata que em uma de suas viagens de pesquisa de três meses de ida e volta (2003) chegaram mais perto do Remendo de Lixo do que na anterior, e encontraram níveis de fragmentos de plástico muito maiores por centenas de milhas. Consumimos semanas documentando os efeitos que provocam as areias que flutuam nesses plásticos nas criaturas que vivem nesta área. Nossos fotógrafos capturaram imagens de águas-vivas irreversivelmente enredadas em linhas, e organismos filtradores transparentes com fragmentos de plásticos coloridos em suas barrigas.

Há cinqüenta anos, todas as peças de plástico que chegaram ao Oceano Pacífico oriundas do continente, quebraram-se em partículas e acumularam-se no "giro" central do Pacífico.


OS POLÍMEROS E A VIDA MARINHA

É ali, no Oceano Pacífico que acabam todas as coisas que são carregadas rio abaixo para o mar. Correntes oceânicas com a rotação contrária criam longas linhas de material, visíveis de cima como listras no oceano. Normalmente elas são formadas por organismos plantônicos ou espuma, mas nós descobrimos uma feita de plástico.

Tudo desde enormes mangueiras até minúsculos fragmentos formavam uma linha de uma milha de comprimento. Pegamos centenas de libras de redes de todos os tipos arroladas neste sistema, junto com todo o tipo de entulho imaginável. Algumas vezes correntes deste tipo derivam para cima das ilhas havaianas.

Na Reserva do Ecossistema de Corais, focas, os mais ameaçados mamíferos dos Estados Unidos ficam enredadas nos entulhos, especialmente em redes baratas de plástico abandonadas pelos pescadores industriais.

Para aqueles que ainda não sabem, os corais são responsáveis pelo seqüestro de CO2 da atmosfera, tanto ou mais quanto as Florestas ....

Noventa por cento das tartarugas verdes do mar havaiano aninham-se ali e comem aqueles entulhos, confundindo com alimento natural, como também fazem os albatrozes. Na verdade o estômago dos albatrozes se parecem com uma prateleira de isqueiros em loja de conveniência, de tantos que contêm.





Entretanto, os problemas causados por entulhos de plástico não são apenas o enredamento e a indigestão. Há uma face ainda mais perversa da onipresença da poluição marinha pelos plásticos. Como esses fragmentos flutuam por aí, eles acumulam os venenos que nós fabricamos para várias aplicações e que não são biodegradáveis.

E você consumidor? O que está concluindo? Ainda está seguro de que precisamos tanto das sacolas plásticas?

Amanhã eu continuo ...


setembro 06, 2007

A Mudança dos Ventos

"Quando, há algum tempo atrás, eu percebi a "mudança dos ventos", comecei a procurar os motivos e ao entendê-los, desencadeou-se em mim uma mudança, uma sede de saber mais e poder, de alguma forma, evitar o que estamos a assistir. Será que sou eu quem percebe e teme o inevitável ou ainda há algo que possa ser feito para deter a mudança dos ventos?" Cláudia Costa



Degelo no mar árctico atinge novo recorde
05.09.2007 - 18h54 PUBLICO.PT



A superfície gelada no mar do Árctico atingiu este mês um novo recorde mínimo, com apenas 4,42 milhões de quilómetros quadrados, revela o National Snow and Ice Data Center da Universidade do Colorado, em Denver. Até agora, o recorde ia para o ano de 2005, com 5,32 milhões de quilómetros quadrados.

Os cientistas dizem-se “espantados” com a perda de gelo. Só na semana passada desapareceu uma área quase duas vezes maior do que a Grã-bretanha, noticia hoje o jornal britânico “The Guardian”.

A passagem marítima Nordeste ao longo da costa russa do Árctico poderá abrir no final deste mês. Se o degelo, que acelerou a partir de 2002, continuar a este ritmo, o Árctico poderá ficar sem gelo no Verão em 2030.

“Se me tivessem perguntado há uns anos quando iria o Árctico perder todo o seu gelo, teria dito 2100 ou 2070. Mas agora penso que 2030 é uma estimativa razoável. Parece que o Árctico vai ser um espaço muito diferente ainda na nossa geração e certamente na dos nossos filhos”, comentou Mark Serreze, do National Snow and Ice Data Centre, citado pelo “The Guardian”.

O degelo no Árctico ocorre todos os meses de Setembro. No Inverno, a água do mar recomeça a congelar. Mas este ano, esse processo será mais difícil. “Este Verão temos toda esta água [sem gelo] que faz entrar calor no oceano. Isso vai dificultar o regresso do gelo. O que estamos a ver este ano permite mostrar-nos que o próximo será pior”, acrescentou.

Alterações nos ventos e circulação de correntes podem contribuir para o degelo. Mas Serreze acredita que o maior culpado é o sobre-aquecimento do planeta. “As regras começam a mudar e o que está a mudar as regras são as emissões de gases com efeito de estufa”.